quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cruzeiros em crise?

Os grande hotéis flutuantes podem estar em crise no Brasil

Época muito oportuna para comentar a reportagem da Gazeta do Povo, que levanta a hipótese de o mercado de cruzeiros marítimos estar entrando em crise, e aponta dois problemas principais: falta de infraestrutura e custo de operação portuária. Na verdade mais uma forma de armadores, todos estrangeiros, estarem pressionando por maiores lucros.

Por dois motivos: o primeiro é a questão da infraestrutura. O Blog dos Mercantes concorda que nossa infraestrutura ainda carece de melhorias, mas lembra também que isso não se cria da noite para o dia. E também lembra, que como o próprio texto da Gazeta anuncia, o país tem forte apelo turístico – ainda  que nesta atividade o maior turismo e os maiores gastos sejam feitos dentro da própria embarcação.

E o Blog dos Mercantes complementa, estamos trabalhando para construir novos terminais especializados em passageiros, e modernizar antigos, o que deve colaborar, e muito, na melhoria das “condições portuárias para o setor”.

A reportagem da Folha não especifica, mas o Blog gostaria de saber o que os armadores de cruzeiros consideram como “custo de operação portuária”? E o Blog adianta que, qualquer que seja a composição desses custos, o máximo que vai acontecer com sua redução, é aumentar a lucratividade dos armadores.

Por sinal, melhor infraestrutura portuária terá o mesmo papel de aumentar suas margens de lucro, uma vez que o país não está exportando um produto, e nem ao menos competindo com outros mercados, como é alegado Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos.

Na verdade os navios que operam nas costas brasileiras e Sul Americanas durante nosso período de temporada de cruzeiros, são desviados do hemisfério norte por estarem ociosos durante os meses de inverno naquela região. Também vem com tripulação aquém daquela usada acima do Equador, e com serviços igualmente menos elaborados.

Em outras palavras, armadores estrangeiros encontraram um lugar para operar com alto lucro embarcações que estariam paradas ou operando com bastante capacidade ociosa no Norte do planeta,  oferecendo serviços aquém dos oferecidos em outras áreas e com investimento menor em pessoal.

O Blog dos Mercantes considera, como principais fatores na queda do número de passageiros fazendo uso de cruzeiro marítimos, a crise que atingiu o continente sul americano como um todo, e a falta de novidade da atividade, que já se desenvolve rotineiramente por aqui há pelo menos 20.

O Blog não é contra melhorias na infraestrutura portuária destinada aos cruzeiros e seus passageiros, nem tampouco à redução de custos portuários, porque tais medidas podem, se bem geridas, beneficiar os usuários do sistema.

Mas o Blog dos Mercantes clama pelo ressurgimento de armadores nacionais neste segmento da Marinha Mercante, arvorando nossa bandeira e empregando marítimos nacionais a bordo. Como bem coloca o texto da Gazeta, explorando nosso potencial turístico, e aí sim, criar alguma competição aos armadores estrangeiros.



Maré baixa para cruzeiros no país

Por Gabriel Azevedo

Queridinho dos brasileiros nos verões da última década, os cruzeiros marítimos estão perdendo espaço no Brasil e em outros países da América Latina. Entre os principais entraves dos gigantes flutuadores estão a falta de infraestrutura e o alto custo de operação portuária.

O Brasil, país que chegou a ocupar a 5.ª colocação no ranking mundial de cruzeiros, caiu para a 7.ª posição e perdeu mercado nos últimos dois anos. Na última temporada, os navios que percorreram a costa brasileira transportaram 762 mil passageiros, 9% a menos que na temporada anterior, quando foram registrados mais de 805 mil passageiros. E a próxima deve ser ainda pior.

668 mil é o número de turistas esperados nos cruzeiros brasileiros na temporada 2013/2014, 12% menos que a passada, que já havia apresentado retração

Doze navios devem circular pela costa brasileira na temporada de cruzeiros 2013/2014, que vai de novembro a abril do ano que vem. A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar) espera fluxo de 668 mil turistas, número cerca de 12% menor que no ano passado. “Os altos custos de operação, a limitada condição da infraestrutura portuária brasileira e o alto investimento de destinos internacionais tornaram o Brasil menos competitivo neste segmento”, diz Ricardo Amaral, presidente da entidade.

Mar agitado

Embora não hajam indicativos de que a situação vai melhorar, principalmente em curto prazo, há quem acredite no mercado. Na semana passada, a Pullmantur anunciou que vai abrir uma sede na América Latina para, em três anos, liderar o mercado regional de cruzeiros e atingir a marca de 500 mil passageiros transportados, o equivalente a 70% do total de passageiros. O local ainda não foi divulgado.

Relatórios da Cruise Lines International Association (CLIA), entidade internacional do setor de turismo de Cruzeiros Marítimos, apontam situações igualmente desconfortáveis no Chile, Uruguai e Argentina. No entanto, por ser um mercado relativamente novo, há muito a ser explorado na região. Um documento de janeiro deste ano cita a Copa do Mundo, as Olimpíadas e os novos terminais de passageiros de Valparaíso, no Chile, e Montevidéu, no Uruguai, como oportunidades para criação de novos roteiros, que podem baratear os custos de operação.


Na opinião de Renê Hermann, diretor geral do Grupo Costa para a América do Sul, o Brasil ainda tem um forte apelo turístico para atender seus turistas e as escalas em cidades como Rio de Janeiro, Búzios, Angra dos Reis e Salvador estimulam os passageiros a viajar de navio pelo país. “Embora o Brasil tenha caído duas posições no ranking mundial de cruzeiros, é importante ressaltar que o mercado sul-americano, de maneira geral, está propenso a navegar”, conta.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes e a Terceirização: NÃO!

O protesto das Centrais Sindicais do dia 6 de agosto (ver abaixo) não é algo pontual, mas o resultado de um problema que se iniciou nos anos 90 e vem crescendo e se agravando ano a ano.  Porque existe grande diferença entre um trabalhador, um prestador de serviço, ou uma empresa.

Uma empresa, mesmo que em algumas situações se confunda com seus donos, diretores e gerentes, tem uma dimensão e uma abrangência de atuação consideravelmente mais ampla que um prestador de serviço, comumente empregando alguns trabalhadores.

Prestador de serviço é aquele que, ainda não configurando uma empresa, trabalha ao mesmo tempo para vários empregadores, ou por tarefas específicas, que tenham um início ou fim determinados, ou por um período de tempo pré-determinado e curto. Dificilmente a tarefa exercida tem relação com a atividade fim do contratante. Não raro um prestador de serviço contrata outros trabalhadores para auxiliá-lo na execução de determinadas tarefas.

Um trabalhador, ao contrário dos outros, presta serviço a apenas um empregador, tem longos vínculos com este, e exerce tarefas conectadas com a atividade fim deste empregador. O que não se caracteriza por atividade-fim é a limpeza de uma redação de jornal, ou a reforma de um banheiro de uma loja, por exemplo.
Qualquer tentativa de transformar o redator, ou o vendedor da loja em um terceirizado, não passa de uma forma grotesca e covarde do empregador escapar de suas obrigações sociais, bem como reduzir o trabalhador a uma empresa.

O serviço terceirizado se torna mais barato para a empresa contratante, visto que não contempla os encargos trabalhistas advindos na contratação tradicional. Por outro lado o trabalhador tem seus direitos reduzidos em valores, ou simplesmente suprimidos, no caso de a empresa ser o próprio trabalhador. Ao mesmo tempo se vê impedido de trabalhar para outros empregadores, seja por escassez de tempo, seja por pressão da própria empresa contratante.

Qualquer forma de tentar burlar esta situação, como já vem ocorrendo há anos, não passa de covardia com trabalhadores, que se vêem coagidos a aceitar tal situação, pois não têm condições de se contrapor às empresas.

Por parte do Congresso é a forma mais fácil de dizer que a CLT e qualquer outra lei trabalhista não existe mais.

Com o beneplácito de nossos políticos, que seguem legislando para os poderosos, tentam retroceder as relações trabalhistas, duramente desenvolvidas durante o século passado.


Centrais sindicais protestam contra regulamentação de terceirização

Centrais sindicais se uniram em uma manifestação ontem (6) contra o Projeto de Lei nº 4.330, que dispõe sobre a prestação de serviço terceirizado. Cerca de 200 dirigentes sindicais se reuniram com carro de som em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

De acordo com o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Rio de Janeiro (NCST-Rio), Sebastião José da Silva, o projeto torna precárias as relações de trabalho. “Esse projeto acaba com a legislação trabalhista, acaba com os direitos dos trabalhadores. A legislação trabalhista vai para o buraco”, disse. Para ele, “não há o que negociar no projeto, que atende exclusivamente aos empregadores, que não querem mais ter responsabilidades com os direitos dos trabalhadores”.

O sindicalista disse que a terceirização é prevista nas leis trabalhista, mas falta regulamentação. “Acontece que a gente ainda consegue responsabilizar o tomador do serviço na Justiça, quando ele terceiriza de modo inadequado”, explicou. Mas, segundo ele, “com a proposta, você não consegue mais responsabilizar o tomador. E aí o trabalhador vai receber aonde? Você abre uma empresa, ganha uma licitação. No ano seguinte perde a licitação, fecha as portas e não paga ninguém. É isso que acontece. Então, a gente tem que coibir isso, e não legalizar”.

As centrais sindicais convocaram uma manifestação em Brasília para os dias 13 e 14 de agosto e uma greve geral no dia 30, para pressionar o governo a dar maior agilidade à pauta dos trabalhadores, como a reforma política, o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho.

A Firjan foi procurada, mas não respondeu até o fechamento da matéria. No site da entidade, uma notícia publicada na segunda-feira (5) diz que o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, se encontrou com ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e pediu apoio para a aprovação do Projeto de Lei 4.330, sob o argumento de que a terceirização é uma realidade e que o objetivo do projeto não é autorizar as contratações indiretas indiscriminadamente, mas as restringir a atividades especializadas, sem que a empresa contratante deixe de fiscalizar a aplicação dos direitos trabalhistas pelas empresas contratadas.

O projeto, de autoria do deputado Sandro Mabel (PL-GO), está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e tramita em caráter conclusivo, ou seja, se não houver requisição, não precisa ir para análise do plenário da casa.


Além do presidente da NCST-Rio participaram da manifestação representantes da Central Única dos Trabalhadores, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

sábado, 26 de outubro de 2013

Uma boa música é para sempre - Pearl Jam - Even Flow

Pearl Jam é uma banda de Rock Alternativo formada em 1990. Sua principal estrela é o guitarrista-vocalista Eddie Vedder, dono de uma voz marcante. Em meados da década jã fazia grande sucesso, e emplacou vãrios hits nas paradas, como Black, Smile, ou I Am Mine.

Em 1993 lançou o álbum VS, que vendeu 950.378 cópias em sua semana de lançamento. A marca foi recorde de vendas de um álbum em sua primeira semana, e é tão impressionante que bateu a soma dos outros 9 colocados da lista dos 10 mais vendidos.

Mas seu primeiro álbum, Ten, foi lançado em 1991, e emplacou vários sucesso, tendo alcançado o 2º lugar da Billboard. Entre seus sucessos encontramos músicas como Alive, e Jeremy, mas o Blog dos Mercantes traz uma que foi muito marcante no Brasil: Even Flow.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cabotagem: saída Inteligente

Deu no "Guia Marítimo": "Ampliação de cabotagem pode diminuir acidentes nas rodovias".

Que o transporte marítimo traz inúmeras vantagens sobre outros modais, isso não é segredo para ninguém. Que o transporte marítimo é uma opção mais inteligente para longas distâncias, e é amplamente utilizado por países mais desenvolvidos também é amplamente divulgado, e não dá para entender a opção de nosso governo por modais de transportes menos eficientes, mais caros e mais custosos.

Mas é a primeira vez que vejo alguém sugerir a diminuição de acidentes nas estradas, e isso é algo lógico. Com menos caminhões e caminhonetes nas estradas, a tendência é que o trânsito flua com mais facilidade, que a quantidade de acidentes diminua, e o número de vítimas desses acidentes também.

Aí está, mais um benefício de se optar pelo transporte marítimo.

Para ficar tudo perfeito, seria bom que os armadores também mostrassem toda essa preocupação social e econômica contratando marítimos brasileiros e melhorando as condições sociais e econômicas do pessoal a bordo


Ampliação de cabotagem pode diminuir acidentes nas rodovias

Gustavo Costa, da Aliança ministrará palestra sobre o futuro do transporte na Bahia.

Os principais players do mercado de cabotagem estarão reunidos hoje terça-feira (06), em Salvador (BA), para participar da segunda edição do “Seminário de Logística – Cabotagem Como a Melhor Opção no Transporte de Cargas”.
O gerente de cabotagem da Aliança Navegação e Logística, Gustavo Costa, ministrará palestra sobre o futuro da cabotagem na Bahia. Segundo ele, o transporte entre portos da costa brasileira pode melhorar a logística de transporte de cargas no Nordeste.

Para o executivo, a maior adoção da cabotagem permite obter significativa diminuição do número de acidentes nas rodovias e na emissão de gases de efeito estufa no Nordeste, além dos benefícios sociais com a geração de mais empregos na cadeia logística e operacional de contêineres.

A companhia está investindo R$ 450 milhões na renovação de sua frota de cabotagem. A empresa adquiriu 4 porta-contêineres de 3.800 Teus de capacidade e 500 tomadas para carga refrigerada. Dois dos navios, o “Sebastião Caboto” e o “Pedro Álvares Cabral” já estão em operação. Todos estarão agregados ao serviço até o final de 2013.

Os navios foram especialmente projetados para navegação e operação na costa e portos brasileiros. São equipados com a mais moderna tecnologia para a segurança da tripulação e da carga, e também para a redução do consumo de combustível. Como resultado, possuem os menores índices de emissão de gases de efeito estufa por tonelada transportada, aumentando ainda mais os benefícios ambientais do modal em relação ao transporte rodoviário.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes no leilão do Campo de Libra

Skadi Vitória

O leilão ocorrido na segunda-feira no Rio de Janeiro, e que terminou com apenas um consórcio oferecendo lances e arrematando todo o bloco de Libra, tem sido muito polêmico, com os petroleiros apresentado grande resistência ao mesmo. O bloco é considerado o maior do pré-sal, e tem uma potencialidade de retorno muito grande, embora alta tecnologia deva ser empregada nas operações da área.

O Blog dos Mercantes não vai entrar no mérito do leilão ou das bases que criaram as regras do mesmo. Para isso teríamos que ter mais informações sobre a saúde financeira da Petrobrás e de outras empresas brasileiras, bem como conhecimento mais profundo sobre o grau de tecnologia de prospecção de petróleo dominado no país. Mas esse desconhecimento não impede de dizermos que o ideal seria que toda a exploração e lucro estivessem em mãos de capital genuinamente brasileiro.

Como isso também não impede que o Blog dos Mercantes se posicione na defesa dos direitos do país, e de seus cidadãos, objetivo primeiro que deve ser alcançado na exploração dos campos do pré-sal. Que o governo se arme e cobre a presença de uma frota brasileira operando na área, e de trabalhadores brasileiros operando essa frota.

Oficiais e guarnição mercantes, engenheiros, técnicos, pessoal administrativo e de apoio em diversas áreas, todos são necessários para a operação das embarcações, plataformas e diversos equipamentos, assim como para a exploração ampla do pré-sal. Temos esses trabalhadores no país, não utilizá-los em prol de estrangeiros é absurdo e inaceitável.

Quer saber mais sobre o campo de Libra clique aqui.

Campo de Libra
    
O campo de Libra é a maior reserva do pré-sal brasileiro. Estima-se que o óleo recuperável na área, de acordo com dados do governo, varie de 8 a 12 bilhões de barris.
A área é situada a 183 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, mais próximo que Tupi – campo do pré-sal já em exploração –, que está a 300 km do litoral. A menor distância pode facilitar a exploração, mas a perfuração é muito profunda e há fronteiras tecnológicas a serem superadas.
Até o momento, a profundidade atingida no poço em Libra é de 5.410 metros, com 22 metros perfurados no pré-sal. A perfuração ainda deve alcançar 6.500 metros de profundidade.
Leilão
O bloco de Libra foi colocado a leilão em 21 de outubro de 2013. A iniciativa atende às regras do modelo de partilha dos campos, adotado pelo Governo Federal.
Por meio desse regime, ficará garantida à União a gestão das reservas exploradas na área, já que as empresas vão compartilhar com a União uma parcela no volume de óleo produzido no campo de Libra. Vencerão os leilões os grupos que destinarem a maior parcela do óleo à União.
A estatal Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) foi criada para representar a União nos negócios. Já a Petrobras será a empresa operadora da área de Libra e sócia de todos os campos licitados, com no mínimo de 30% de participação no consórcio que ficar com a área.

As informações são do Governo Federal.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes contra o "Mar de Mesquinharias"

O artigo do sítio "Pragmatismo Político" (abaixo) é muito representativo, e, sem dúvidas, dispensa comentários mais elaborados, tal a clareza da mensagem que passa. Mesmo assim me darei o direito de fazer apenas dois comentários.
  1. Se algum dia alguém for fazer um curso de administração, ou algo parecido, vão lhe dizer que não há riqueza suficiente no mundo para atender a toda a população, o que é claramente uma falácia;
  2. Os muito ricos dizem frequentemente que, se dividissem suas imensas fortunas com outras pessoas, isso de nada resolveria; não apenas os pobres continuariam pobres, como eles ainda se tornariam pobres também, o que é outra falácia.
O Blog dos Mercantes não quer dizer com isso que deveríamos implantar uma revolução de cunho socialista-comunista, tomar e repartir a riqueza dos que tem muito. Tampouco quer que os muito ricos distribuam suas riquezas a ponto de eles mesmos se tornarem pobres.  Longe disso qualquer uma das situações.

Mas o Blog tem certeza absoluta de que existe riqueza suficiente para garantir educação, emprego, moradia, alimentação, saúde, transporte, enfim, condições dignas para todos aqueles que habitam este planeta.

Vejam bem, não defendemos aqui a repartição de luxos, mas sim de condições de vida adequadas a um ser humano no século XXI.

Até porque a inclusão de bilhões de pessoas na sociedade produtiva e realizadora é uma maneira muito mais eficaz e inteligente de garantir a sobrevivência desta mesma sociedade.


Afinal, quantas mentes brilhantes não se perdem afogadas nesse mar de mesquinharia?

 0,7% da população detém 41% da riqueza mundial
Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detém 41% da riqueza mundial. Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor da história, mas divisão segue extremamente desigual
Cinco anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco norte-americano Lehamn Brothers, os indicadores financeiros seguem apontando para uma concentração da riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório “Credit Suisse 2013 Wealth Report”, um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza mundial.

Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece.
A Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela população entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo, os australianos têm média de riqueza nacional de US$ 219 mil dólares.
Apesar de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em média, de mais de US$ 110 mil dólares. No entanto, é atualmente de apenas US$ 45 mil dólares – menos da metade.
Entre os países com patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil, se destacam emergentes como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita, Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano neste grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a menor riqueza acumulada.
Mesmo com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com índices elevados. Os 10% mais ricos do planos detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.
Veja no gráfico abaixo a pirâmide da riqueza. Apenas 0,7% da população detém US$ 98,7 trilhões de dólares:

mapa riqueza mundial desigualdade
(Reprodução / Opera Mundi)

Os pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção sobre o crescimento dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco anos. Polônia e Brasil, com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar seus milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de 41% do número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de pessoas com o patrimônio acima de 1 milhão de dólares.
Em meados deste ano, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um estudo sobre o crescimento da desigualdade social nos países desenvolvidos, como consequência da crise financeira.
A organização diz que o número de pobres cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a deterioração das condições de trabalho. Atualmente, o número de desempregados no mundo supera os 200 milhões.
Em contrapartida, entre os países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, enquanto os salários subiram apenas 2,2%.

mapa riqueza mundial desigualdade mundo

Segundo informações da imprensa europeia, na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de 2007 a 2011, chegando a ser de 150 e 190 vezes maiores que o salário médio dos trabalhadores do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.
América Latina
Na contramão das grandes potências, a situação econômica e social da América Latina melhorou. Entre 2010 e 2011, 57,1% da população dos países da região estava empregada, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento antes da crise financeira internacional.
Em alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.
No entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a desigualdade social, maior que a média internacional, e o emprego informal. A média da região é de 50%, sendo que em países mais pobres, como Bolívia, Peru e Honduras, supera os 70%.
Em todo o mundo, a organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados. A expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.

sábado, 19 de outubro de 2013

Uma boa música é para sempre - Stone Temple Pilots - Plush

A Banda Stone Temple Pilots (STP), se formou em 1986, e está ativa até hoje. Entre 2003 e 2008 houve um hiato em sua carreira, motivado por brigas entre seus membros.  Em 2013 nova briga, quando o vocalista Scott Weiland foi trocado por Chester Bennington.

Na parte artística a Banda alcançou grande sucesso, encontrando-se na 40ª posição da lista VH1, dos Cem Maiores Artistas do Hard Rock. Teve 15 composições entre as 10 mais das paradas de sucesso, sendo que 6 alcançaram o primeiro lugar.

Para dar as boas vindas a essa banda escolhemos uma música que marcou os anos 90. Plush



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes pergunta: praticagem é cara?

Deu no "Valor Econômico": "Armador cobra regulação do prático".

Como a grande maioria das empresas no mundo, os armadores defendem preceitos econômicos que pregam os princípios atribuídos a Adam Smith, baseados principalmente na livre concorrência e na autorregulamentação dos mercados.

Mas como o Blog dos Mercantes já mostrou, são mestres em esquecer os princípios por eles defendidos, na busca de aumentar seus lucros.

Algum tempo atrás o Blog publicou alguns posts sobre a fusão de empresas de navegação e sobre como se articulam para dominar mercados e aumentar preços.

Porque a livre concorrência significa que os menos capazes sucumbem pelo caminho, e isso leva fatalmente ao monopólio do mercado. Além disso pressupõe uma disputa que inclui preços baixos, e lucro comprometido.

Também porque a autorregulamentação dos mercados é um mito, haja vista a intervenção humana nos mesmos, que faz com que tenham tendências distintas, de acordo com as ações tomadas.

E tendo por padrão ações que, em verdade são geridas pela simples busca de aumentar lucros, não relutam em defender seus princípios teóricos em altos brados, quando alguém age de forma semelhante à deles, pondo em risco seus lucros.

Talvez a Praticagem se articule de forma a monopolizar o mercado, talvez não. Quem dirá isso é a CNAP, e seus estudos sobre o assunto.


Mas o que importa aqui é: porque os armadores podem se coligar e monopolizar mercados, e outros não podem fazer o mesmo com eles? Porque dois pesos e duas medidas? Talvez isso devesse ser discutido mais amplamente.

Leia.
Armador cobra regulação do prático

Por Francisco Goés | Do Rio

Os preços da praticagem, os serviços de manobra dos navios, voltam a ser alvo de polêmica. O Centro Nacional de Navegação (Centronave), entidade que reúne 24 armadores, afirma que as empresas de praticagem estão aumentando preços em algumas regiões do país sem negociação. Segundo o Centronave, existe determinação da Marinha do Brasil de manter as tarifas congeladas em algumas zonas de praticagem. Esse congelamento seria válido até se definir a metodologia de regulação de preços em fase de elaboração pela Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem (CNAP), instituída por decreto no fim do ano passado.

Dados do Centronave mostram que este ano houve aumentos entre 9,56% e 123% nos preços dos serviços prestados em diferentes zonas de praticagem, incluindo Paranaguá (PR), Pará, Amazonas, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo. "Há preços sendo majorados sem negociação ou aprovação da DPC [Diretoria de Portos e Costas, da Marinha do Brasil]", disse Cláudio Loureiro de Souza, diretor-executivo do Centronave.

Em alguns casos, os armadores têm de pagar os aumentos para evitar o protesto dos títulos. Souza afirmou que a entidade continua com uma visão positiva sobre os trabalhos da CNAP: "A expectativa é que a metodologia de regulação fixe preços em patamares justos para as partes." Os armadores acham caros os preços e esperam que a nova metodologia possa reduzi-los. Associado da Centronave pagou R$ 91 mil por manobra completa para entrada e saída de um navio no porto de Santos, em serviço de três horas, com dois práticos a bordo, uma exigência da Capitania dos Portos, afirmou Souza. "Com um prático só, o preço cai à metade, mas ainda assim é alto."

Os armadores, incluindo os da cabotagem, consideram o serviço um "monopólio" porque, embora existam várias empresas de praticagem, elas não concorrem entre si. Isso em função de um sistema de rodízio único que não permite aos armadores escolher um determinado prestador de serviço. O Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), associação que congrega os práticos brasileiros, disse que só vai se posicionar sobre a nova metodologia de preços após a divulgação das novas regras pela CNAP.

Souza afirma que há preocupação entre os armadores com a atual fase de transição regulatória da praticagem. "Cadê a regulação?" Ele afirmou que a demora em divulgar e aplicar a nova metodologia aumenta a tensão e a expectativa de todos os agentes. O Valor enviou ontem e-mail à Marinha sobre os questionamentos do Centronave, mas a assessoria disse que, frente à complexidade do tema, não teria tempo de responder até o fechamento da edição.

A Secretaria Especial de Portos (SEP) disse que a CNAP editou proposta de metodologia submetida à audiência pública. A SEP afirmou que foi cumprido o prazo de 90 dias, previsto no decreto de 2012, para lançamento da consulta pública da metodologia, o que ocorreu em março. Os custos da praticagem vem sendo estimados com base em referências internacionais, segundo a SEP. Também estão sendo feitos levantamentos de dados operacionais nas zonas de praticagem. A SEP afirmou ainda que a DPC, da Marinha, está avaliando a possibilidade de comandantes de navios atuarem como práticos.

Bruno Lima Rocha, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), disse que a DPC não deliberou sobre o tema. Ele informou que a cabotagem reivindica que o comandante de navio brasileiro possa prescindir do prático em alguns casos levando em conta o número de manobras em determinado período de tempo. Essa é uma prática adotada no exterior. A cabotagem tem interesse que haja descontos nas tarifas de praticagem de acordo com a assiduidade dos navios nos portos. Rocha disse que o Syndarma fez sugestões sobre a discussão de preços que não foram consideradas pelo governo. Participam da CNAP a Marinha, SEP, Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, Ministério dos Transportes e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O setor privado e universidades participam pontualmente das discussões como convidados.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes pergunta: quem ganha com essas empresas?

Não é de hoje que o Blog dos Mercantes se posiciona contra o trabalho degradante e outras formas brutais de exploração dos trabalhadores. As denúncias que compartilhamos aqui são geralmente direcionadas a empresas asiáticas estabelecidas no Brasil, ou mesmo em seus países sede.

Dessa vez utilizamos postagem do Blog do Sakamoto, comentando o fato de a Samsung, estabelecida na Zona Franca de Manaus, está sendo processada pelo Ministério Público do Trabalho, que pede indenização devido os métodos de produção e pressão totalmente inaceitáveis, a que submete seus trabalhadores, criando tantos problemas que os benefícios com empregos e impostos que pagam se tornam inócuos.

Na Marinha Mercante e no Offshore brasileiro são constantes as denúncias, principalmente em embarcações aonde temos a mistura de nacionalidades a bordo. Seja através do Sindmar, de outros sindicatos marítimos, outras instituições, ou de trabalhadores que procuram diretamente as autoridades.

Poucas vezes há punição ou mudança no quadro, dada a dificuldade de comprovação dos problemas, e ao silêncio da maior parte da tripulação, que temem represarias das empresas e superiores após a saída de bordo das autoridades e/ou representantes sindicais. Tal comportamento é compreensível, mas também é um posicionamento que ajuda a perpetuar tais problemas.

E não podemos jogar a culpa de tais condições às diferenças culturais, pois se assim o fosse não teríamos o caso de uma mulher nos EUA que encontrou a carta de um chinês pedindo ajuda desesperadamente pelas condições degradantes e desumanas. Quem quiser saber mais sobre essa história é só clicar AQUI.


Portanto seria bom que nossas autoridades passassem a ver o trabalho como aquilo que realmente é, ou seja, o meio pelo qual o ser humano adquire condições de manter sua vida e de sua família dignamente, não um meio de ser explorado e ter sua saúde seriamente afetada para que uns poucos atinjam um lucro alto.

LEIA.
Ministério Público processa Samsung em R$ 250 milhões por más condições de trabalho6
Leonardo Sakamoto
12/08/2013 19:51
O Ministério Público do Trabalho denunciou a gigante sul-coreana por infrações trabalhistas na fábrica da empresa na Zona Franca de Manaus. Em 2012, 2.018 pessoas pediram afastamento por problemas de saúde. A reportagem é de Carlos Juliano Barros, da Repórter Brasil
Para preparar uma caixa de telefone celular com carregador de bateria, fone de ouvido e dois manuais de instrução, o empregado da fábrica da Samsung localizada na Zona Franca de Manaus dispõe de apenas seis segundos. Finalizada essa etapa, a embalagem é repassada ao funcionário seguinte da linha de montagem, que tem a missão de escanear o pacote em dois pontos diferentes e, em seguida, colar uma etiqueta. Em um único dia, a tarefa chega a ser repetida até 6.800 vezes pelo mesmo trabalhador.
Na fábrica erguida no coração da maior floresta tropical do planeta pela multinacional de origem sul-coreana – que em 2012 registrou lucro líquido recorde de US$ 22,3 bilhões – uma televisão é colocada em uma caixa de papelão a cada 4,8 segundos. A montagem de um smartphone, feita por dezenas de trabalhadores dispostos ao longo da linha de produção, leva 85 segundos. Já um ar-condicionado split fica pronto em menos de dois minutos.
Os dados que poderiam inspirar uma versão amazônica de “Tempos Modernos”, do cineasta Charles Chaplin, constam de uma Ação Civil Pública (ACP) ajuizada na última sexta-feira (10) contra a Samsung pela Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região do Ministério Público do Trabalho (MPT). Mas os problemas não param por aí. O MPT flagrou diversos empregados que trabalham até dez horas em pé, assim como um funcionário cuja jornada extrapolou 15 horas em um dia e um empregado que acumulou 27 dias de serviço sem folga.
Por conta dos riscos à saúde de seus empregados imposto pelo ritmo intenso e pela atividade repetitiva da linha de montagem, eles cobram uma indenização por danos morais coletivos de, no mínimo, R$ 250 milhões da companhia sul-coreana, líder mundial do mercado de smartphones. Procurada, a Samsung não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Sem pausas – Não é possível, no entanto, calcular o número preciso de pessoas que fazem jornadas exaustivas e horas-extras abusivas. “A empresa foi notificada a apresentar a documentação referente a jornada, mas se recusou a mostrá-la”, afirma Ilan Fonseca, um dos procuradores do MPT que assina a ação. Nela, os procuradores pedem que a empresa conceda pausas aos empregados.
“Essa Ação Civil Pública é importante porque o valor postulado possui um efeito pedagógico”, afirma Luiz Antônio Camargo de Melo, Procurador Geral do Trabalho, que também assina a ação. “A sujeição de trabalhadores a jornadas de 15 horas é algo inadmissível, especialmente em uma empresa do porte da Samsung”, completa o representante máximo do MPT.
“O estabelecimento da Samsung em Manaus há alguns anos vem apresentando um índice de adoecimento muito elevado, acima até da média de outras empresas”, continua o procurador Ilan Fonseca. De fato, as estatísticas impressionam. Ao longo do ano passado, problemas na coluna, casos de tendinite e bursite, além de outros distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (os chamados DORT), geraram 2.018 pedidos de afastamento de até 15 dias por motivos de saúde, de acordo com o texto da ACP. A Samsung emprega ao todo cerca de 5.600 pessoas na fábrica, que abastece toda a América Latina. Segundo os procuradores, apesar da gravidade dos problemas encontrados, não se trata de caso de exploração de trabalho escravo.
Doenças em série – Se o sistema de trabalho nos setores de montagem de celulares e de TVs não for alterado, o MPT projeta que cerca de 20% dos empregados vão desenvolver algum tipo de DORT nos próximos cinco anos.
A ação movida pelos procuradores tem como base os autos de infração registrados por auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) após duas fiscalizações feitas na fábrica de Manaus – uma em maio de 2011 e outra em maio deste ano. Por meio de análises técnicas, eles constataram que os empregados da companhia sul-coreana chegam a realizar três vezes mais movimentos por minuto do que o limite considerado seguro por estudos ergonômicos.
A cadência frenética e os movimentos repetitivos típicos da linha de produção também são agravados por falhas no chamado “layout dos postos de trabalho” – como a altura inapropriada de mesas e a ausência de cadeiras para descanso, por exemplo. “A empresa não tem um gerenciamento adequado da parte de saúde ocupacional. Ela não está preocupada de fato em resolver o problema”, afirma Rômulo Lins, auditor fiscal do MTE.
No texto da ACP, os procuradores afirmam que a indenização por danos morais coletivos de R$ 250 milhões “pode parecer, num primeiro momento, excessivo, no entanto, bem postas as coisas, equivale ao que a ré lucra, ao redor do mundo, em menos de dois dias”. Ainda segundo a ação, se os R$ 250 milhões fossem divididos pelo número de empregados na fábrica de Manaus, o valor (R$ 44 mil) seria próximo ao dos pedidos individuais de indenização por danos morais, motivados por doenças ocupacionais, que correm na Justiça do Trabalho do Amazonas.
Para se instalar na Zona Franca de Manaus, a Samsung conta com diversos incentivos fiscais, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o abatimento de até 75% do Imposto de Renda, dentre outros estímulos. “A empresa recebe benefícios fiscais e transfere todo esse passivo trabalhista para o INSS [que banca os trabalhadores afastados por problemas de saúde]. Ela onera duplamente o Estado”, critica o procurador Ilan Fonseca.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes no Dia dos Professores

O Blog dos Mercantes homenageia a todos os professores, mas não vai ficar no lugar comum de dizer o quanto são importantes etc. etc. Mas não é por isso que deixaremos de parabenizar os mestres de todo o País pela dedicação empreendida em prol dos cidadãos brasileiros.

Aproveitamos a oportunidade em que todos estão com seus olhos voltados para essa categoria e vamos compartilhar um texto que foi veiculado pela Folha Social", e que discute de forma bem interessante a Educação no Brasil de uma forma bastante revolucionária.

O Blog dos Mercantes só não concorda na afirmação colhida de Bertolt Brecht, de que muitos dos problemas sociais são decorrentes unicamente da falta de educação, embora não descarte esse fator como aguçador desses fatos.

O texto é do filósofo Pedro Salles, e o tema é do interesse de todos aqueles que querem um Brasil mais justo e desenvolvido.

A educação brasileira respira por aparelhos

Danças sensuais e agressões são apenas uns dos resultados
do péssimo sistema educacional brasileiro.
(Fotomontagem : Folha Social)

Pedro Salles,  filósofo, faz uma rápida analise do atual momento da educação nacional

Estamos em um momento delicado no cenário da educação brasileira. Os missionários do ensino estão de greve no Rio de Janeiro batalhando contra mais um retrocesso do governo. Enquanto isso, os representantes do estado e da cidade maravilhosa, Cabral e Paes, afirmam à todo instante que a greve é desnecessária e prejudica os alunos. Chega a parecer irônico, já que um professor mal remunerado, uma escola sucateada, e um projeto educacional mediável prejudica muito mais a educação como um todo. 


Mas o problema se estende à todo território nacional, já que o teto salarial dos professores, é de pouco mais de R$1.500,00. Valor bem abaixo do salário minimo necessário segundo o Dieese. Como se não bastasse, há vários motivos para os aspirantes à professor desistirem antes de optar em seguir a profissão. Em Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, a pedido da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), mostra que 57% dos professores da rede estadual consideram violentas as escolas nas quais lecionam. Segundo secretário-geral da Apeoesp, Fábio Santos de Moraes, mais da metade dos professores tem medo do local onde trabalham e este número pode ser ainda maior. Não deve ser nada motivador trabalhar em um local onde se têm medo.


Alunos

Pobre dos alunos, que mal instruídos vão às escolas para conversar, se distraírem, dançar funk e aprender que estudar é um troço muito chato. Números mostram que ano passado, cerca de 1,6 milhão de crianças e adolescentes abandonaram a escola. E o perfil desses jovens que abandonam, não é difícil de ser idealizado, em sua maioria são socialmente vulneráveis, têm baixa renda, muitos trabalham ou têm famílias com pouca escolarização.

Uma imagem emblemática circula na internet mostrando as brechas que as matérias da grade curricular de hoje dão ao capitalismo selvagem :


Estado

Afirmar que o Estado é inábil na administração da educação é pura inocência. Seria mais correto afirmar que o estado faz isso de maneira calculada e premeditada, já que em um país onde 75% dos brasileiros não sabem ler e interpretar um texto de maneira satisfatória, se torna um cenário perfeito para a festança da politica privada. Como diz Eduardo Marinho, ''educação pública é uma sabotagem. Não merece o nome de educação. O povo não é ignorante, é ignorantizado.''


Tomo um pouco das palavras de Bertolt Brecht e digo que devido à esse povo analfabeto e ignorantizado nascem as prostitutas, os menores abandonados, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. 

É hora de tomar consciência e dar as mãos à todos envolvidos na Educação brasileira. Educação é prioridade em qualquer sistema social. Os professores estão lutando nas ruas e o "gigante" não pode  ficar adormecido em berço esplêndido.

*Pedro Henrique Salles é formado em Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social