terça-feira, 30 de maio de 2017

Absolvição de Cláudia Cruz

Com todas as provas conhecidas contra a esposa de Eduardo Cunha, estranha a este blogueiro a sentença expedida pelo juiz Sérgio Moro, e que absolve a ex-jornalista da Globo. Dada a fama de "justiceiro", que o próprio juiz gosta de incentivar em declarações pela mídia, este blogueiro esperava uma condenação, mesmo que branda.

Claro que Moro não deve explicações sobre suas sentenças, senão nas mesmas, mas eu realmente gostaria de saber os motivos que levaram Moro a proferir tal decisão, afinal, se ele diz que uma esposa não sabe o que se passa com um marido, como vai alegar o "domínio de fato" contra Lula, já que até o momento não há provas contra o ex-presidente?

O cerco se fecha

As prováveis delações de Fred (o primo dispensável de Aécio), e do agora ex-deputado Rodrigo Rocha Loures podem fechar definitivamente o cerco sobre Aécio Neves e Michel Temer, tornando insustentável a posição de ambos.

E olha que Eduardo Cunha ainda nem começou a falar.

Diretas já

Esse blogueiro é fã incondicional do direito de um povo decidir o seu destino, por isso apoia incondicionalmente a campanha pelas diretas já.

Só que esse blogueiro também entende que é difícil que essa solução seja aceita, então que ao menos que se leve ao poder alguém de consenso e de bom-senso, que pare de atacar a população em prol de uma elite, que decididamente não necessita dessas ajudas extras do Estado. Isso ao menos iria serenar os ânimos, e possibilitaria levar o país a 2018 em águas mais calmas, e com a economia ao menos estabilizada.

Qualquer outra posição tem grande probabilidade de levar o país a aprofundar todas as crises pelas quais já passa, e ainda arrumar mais algumas.


terça-feira, 23 de maio de 2017

Como ter apoio?

A matéria abaixo vem da Folha de São Paulo, jornal que defende o governo golpista a todo custo. Mas como continuar defendendo se eles mentem, e mentem mal?

A situação está ficando insustentável para o governo, mas a insistência em uma eleição indireta é apenas uma quase certeza de continuação da agenda golpista, derrotada 4 vezes consecutivas nas urnas. 

E digo quase, porque na convulsão política que assola o país, nada é mais certeza.

Em entrevista, Temer erra ao menos 4 vezes ao comentar gravações da JBS

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 21-05-2017, 16h00: O presidente Michel Temer durante entrevista exclusiva à Folha na biblioteca do Palácio da Alvorada. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVO***
O presidente Michel Temer durante entrevista à Folha na biblioteca do Palácio da Alvorada
A Agência Lupa checou a veracidade de vários trechos da entrevista de Michel Temer à Folha, publicada na segunda-feira (22). Confira a seguir:
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"Quando [Joesley Batista] tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da [Operação] Carne Fraca"
FALSO A Operação Carne Fraca, realizada pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema de corrupção na fiscalização de carnes pelo país, foi deflagrada em 17 de março deste ano, dez dias depois da reunião que o presidente Michel Temer teve com o empresário da JBS. Em nota, o Palácio do Planalto reconhece que o presidente "se enganou".
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"Ele falou que tinha [comprado] dois juízes e um procurador (...) E logo depois ele diz que estava mentindo"
VERDADEIRO, MAS Quando entregou a gravação de sua conversa com o presidente Michel Temer à Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista de fato disse que essa afirmação havia sido uma bravata. No último sábado (20), no pronunciamento que fez à nação, Temer ressaltou esse recuo do empresário. Mas, já no dia 27 de abril, Joesley havia feito um complemento em seu primeiro depoimento à PGR e contou como tinha feito para pagar R$ 50 mil por mês ao procurador Ângelo Vilella, preso na última quinta-feira (18), para receber informações sobre a Operação Greenfield, que investiga a Eldorado Celulose, outra empresa da holding J&F, que controla a JBS. "Hoje, eu tenho um conjunto de evidências de que não era bravata", afirmou o empresário.
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"[Conheci] Quando ele era deputado, portanto, há uns dez anos"
VERDADEIRO A biografia do deputado Rocha Loures (PMDB-PR) na página da Câmara informa que ele tomou posse como deputado federal em 1º de fevereiro de 2007 para cumprir seu primeiro mandato. Na época, o presidente Michel Temer também estava na Casa, como deputado federal.
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"Daí ele [Joesley] me disse que tinha contato com [o ex-ministro] Geddel. Falou do Rodrigo [Rocha Loures], e eu falei: 'Fale com o Rodrigo quando quiser, para não falar toda hora comigo'"
FALSO Na gravação feita por Joesley Batista, quem menciona o nome do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) é Temer –não o dono da JBS. Além disso, é o empresário que pede instruções ao presidente sobre como não incomodá-lo –e não o contrário. Joesley pergunta: "Eu queria falar sobre isso, falar como é que é pra mim falar contigo, qual a melhor maneira. Porque eu vinha falando através do Geddel. Eu não quero lhe incomodar" E, logo em seguida, Temer indica Rodrigo: "É da minha mais estrita confiança". A informação também consta da petição da Procuradoria Geral da República, enviada ao STF.
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"Não tenho uma relação, a não ser uma relação institucional [com o deputado federal Rodrigo Rocha Loures]"
CONTRADITÓRIO Nos últimos dois anos, Rocha Loures (PMDB-PR) foi assessor direto de Temer em duas ocasiões. Entre 23 de janeiro e 29 de abril de 2015, foi chefe da assessoria parlamentar da Vice-Presidência da República, então ocupada por Temer.
Em setembro do ano passado, depois do impeachment de Dilma Rousseff, foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal da Presidência. Ainda vale destacar que, na gravação que Joesley Batista entregou à PGR, o presidente afirma que Rocha Loures é da sua "mais estrita confiança"; e que, em 2014, Temer gravou um depoimento para a campanha do deputado, elogiando a ajuda que prestou a seu gabinete e dizendo que Rocha Loures era uma das "belíssimas figuras da vida pública brasileira".
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Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
JBS diz que comprou dólares como política de 'proteção financeira"
Joesley Batista, dono da empresa JBS
"Eu nem sabia que ele [Joesley] estava sendo investigado"
CONTRADITÓRIO Em julho de 2016, o empresário Joesley Batista foi um dos alvos da operação Sépsis, da Polícia Federal -um desdobramento da Lava Jato. Em setembro, a PF deflagrou a operação Greenfield, e a Justiça bloqueou os bens do empresário. Em 31 de março, Joesley foi afastado das atividades empresariais do grupo depois de a Justiça acatar pedido do Ministério Público do Distrito Federal nesse sentido. No mesmo mês, a operação Carne Fraca investigou vários frigoríficos no país. Na lista da PF, apareceram 50 empresas, entre elas duas subsidiárias da JBS: a Seara e a Big Frango. Temer comentou publicamente a operação Carne Fraca. Disse, entre outros pontos, que não era para "causar um terror que está-se imaginando". Um dia depois, minimizou o número de frigoríficos investigados.
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"Não é ilegal [deixar de registrar um compromisso na agenda]"
FALSO A lei 12.813/13 determina que o presidente da República é obrigado a "divulgar, diariamente, por meio da rede mundial de computadores-internet, sua agenda de compromissos públicos". A Controladoria Geral da União (CGU) informa, por meio de nota, que compete à Comissão de Ética Pública, instituída no âmbito do Poder Executivo federal, fiscalizar a divulgação da agenda de compromissos públicos do presidente e de outros cargos públicos do país.
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"O PSB eu não perdi agora, foi antes, em razão da Previdência"
FALSO Em abril, o PSB foi contra as reformas trabalhistas e previdenciárias propostas pelo governo Temer. A Comissão Executiva chegou a aprovar um posicionamento oficial contrário a elas. Mas a saída do PSB só ocorreu mesmo no último sábado (20), quando a direção do partido anunciou que passaria à oposição.
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"Meirelles [ministro da Fazenda] me contou que, se não tivesse acontecido aquele episódio na quarta [dia da divulgação do caso], ele teria
um encontro com 200 empresários"
DE OLHO A agenda pública do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a última quarta, quinta e sexta-feira (dias 17, 18 e 19 de maio) não previa reuniões com empresários.
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OUTRO LADO
Procurado, o Planalto disse que não comentará a fala do presidente. A Fazenda afirmou que o ministro participaria na sexta (19), em São Paulo, de um encontro para discutir perspectivas econômicas e que a reunião foi adiada


19 mortos e 50 feridos

O Blog dos Mercantes lamenta profundamente o atentado ocorrido em Manchester, na Inglaterra, e que deixou o saldo até o momento de 19 mortos e ao menos 50 feridos. Também nos solidarizamos com as vítimas e seus familiares e amigos.

Até quando teremos essas barbáries no planeta, seja de um lado, seja do outro?


sexta-feira, 19 de maio de 2017

Seja de um jeito ou de outro, BABOU!

Não importa qual o motivo do "ótimo" dito por Temer. Não importa se foi por aprovar a compra do silêncio de Cunha, como não importa se foi por apoiar a compra de um Juiz Federal e um Procurador da República, mais ainda, não importa se Temer acreditou ou não no que Joesley dizia. O que importa é o seguinte:

1 - Se Temer apoiou a compra do silêncio de Cunha, agiu ativamente na obstrução da Justiça, com interesse direto, até porque o próprio Temer cita Moro, que indeferiu as perguntas de Cunha à Temer. Além disso há formação de quadrilha, corrupção, e assunção de que tem algo a esconder, já que "o Eduardo decidiu me fustigar". Se nada deve, porque seria fustigado?

2 - Se o "ótimo" não foi pela compra do silêncio de Cunha, mas pela compra de um Juiz Federal e de um Procurador da República. Aí ele está encobrindo corrupção, e teria que fazer as denúncias cabíveis e ordenar as investigações devidas. Ele peca pela omissão.

3 - E não importa o que ele pensava sobre a conversa que corria. Isso é a única coisa que realmente é privada, porque o pensamento é absolutamente individual, restrito a própria pessoa. Nesse caso importa o que foi dito, e não o que se pensou sobre o assunto.

Seja como for há crime de responsabilidade. Seja como for a conduta é totalmente inapropriada a um Presidente da República.

Seja como for;

Babou!


'Ótimo', diz Temer a Joesley ao ouvir sobre interferência em investigação


A conversa mantida entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu revela que o peemedebista tomou conhecimento de um plano para destituir um procurador da República que investigava a JBS, mas não reagiu de forma contrária à estratégia.
Também não há informação de que Temer tenha procurado a PGR (Procuradoria-Geral da República) ou outra autoridade de investigação para informar sobre o plano.
Pedro Ladeira/Folhapress
Presidente Michel Temer diz que não irá renunciar à Presidência durante pronunciamento no Palácio do Planalto, em Brasília
Presidente Michel Temer diz que não irá renunciar à Presidência durante discurso no Palácio do Planalto
Batista disse que estava "tentando trocar o procurador" que estava "atrás" dele. A Folha apurou que se trata de Anselmo Henrique, da Operação Greenfield. Deflagrada em novembro, a operação investiga desvios em fundos de pensão de servidores públicos federais.
O executivo disse a Temer que estava "dando conta" de dois juízes, os quais não identificou nominalmente, e que conseguiu colocar um procurador "dentro da força-tarefa" da Greenfield.
O suposto informante é uma referência ao procurador Angelo Villela, preso nesta quinta (18) na Operação Patmos, e que entrou nos quadros da Greenfield em 22 de março. Para a PGR, Villela foi "infiltrado" na operação.
"Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dar uma segurada, do outro lado, o juiz substituto, que é um cara que fica.... [inaudível] Tô segurando os dois", diz Joesley.
"Ótimo, ótimo", respondeu o presidente.
"Consegui um procurador dentro da força-tarefa, que tá me dando informação. E lá que eu tô para dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim. Ô, se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o quê...", diz Joesley.
Neste momento, Temer não se manifesta contra o plano e a conversa muda.
Em outro trecho, Batista faz referência a um pagamento de R$ 50 mil mensais para um "rapaz", que lhe trazia "informação". Os investigadores interpretam como uma menção ao procurador Villela.
OUTRO LADO
Em nota, o presidente Michel Temer afirmou não ter acreditado na veracidade das declarações feitas por Joesley Batista no encontro gravado pelo empresário.
O peemedebista disse que, por na época ser investigado em inquérito, o executivo parecia contar vantagem e, por isso, não podia acreditar que ele teria cooptado um juiz e um procurador.
MEIRELLES
Batista também falou sobre a "ótima" relação que tem com Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, mas faz algumas reclamações. Eles trabalharam juntos porque Meirelles foi presidente da J&F, a holding do grupo JBS.
"Não sei o quanto vou mais firme nele, o quanto deixo ele com essa pepineira", diz Batista sobre Meirelles. O empresário diz que já conversou com Meirelles sobre o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
"Precisa mexer na Receita Federal, pô, o Rachid está aí há tanto tempo. [Meirelles teria respondido] 'Ih não posso, [e também] BNDES é do [Ministério do] Planejamento, não'", registra o áudio.
Batista disse a Temer que já reclamou a Meirelles sobre o presidente do Cade. "Eu não vou falar nada descabido, mas olha, esse presidente do Cade... precisa ter presidente do Cade 'ponta firme'", afirma Batista.
"Eu queria ter alguma sintonia contigo para quando eu falar com ele, ele não jogar"¦ 'ah não, o presidente"¦'", disse Batista. "Não deixa", completou Temer. "Mas se eu falar com ele e ele empurrar a você, quero poder dizer 'olha'"¦", disse Batista. "Pode falar", concordou o presidente."Quando digo de ir mais firme no Henrique é isso", afirmou o delator.
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BATISTA Queria primeiro dizer: estamos juntos aí. O que o senhor precisar de mim, me fala... Queria te ouvir um pouco, presidente. Como tá essa situação toda com o Eduardo [Cunha], não sei o quê, Lava Jato...
TEMER O Eduardo resolveu me fustigar. Você viu quê...
BATISTA Não sei, como que tá essa situação?
TEMER Eu não tenho nada a ver com a defesa. O Moro indeferiu 21 perguntas dele que não têm nada a ver com a defesa dele. Eu não fiz nada [inaudível]
BATISTA: Queria falar assim: dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o que tinha de alguma pendência daqui pra ali zerou, tal. Ele [Cunha] foi firme em cima, ele já tava lá, veio, cobrou... Pronto, eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, o companheiro dele que tá aqui, né... O Geddel sempre tava...
TEMER: [inaudível]
BATISTA: Esse... Geddel que andava sempre ali. Mas Geddel também, com esse negócio eu perdi o contato. Ele virou investigado, agora eu não posso encontrar ele...
TEMER: É, vai com cuidado. [inaudível] Obstrução de Justiça [inaudível]
BATISTA: O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. O que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora: eu tô de bem com o Eduardo, ok.
TEMER: Tem que manter isso, viu? [inaudível]
BATISTA: Todo mês...
TEMER: [inaudível]
BATISTA: Também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. Meus processos, eu tô meio enrolado aqui, né [Brasília]. No processo [inaudível]
BATISTA: Isso, é, investigado. Não tenho ainda a denúncia. Aqui eu dei conta, de um lado, do juiz, dar uma segurada, do outro lado, do juiz substituto, que é um cara que fica.... [inaudível]
TEMER: Tá segurando os dois...
BATISTA: Tô segurando os dois.
TEMER: Ótimo, ótimo.
BATISTA: Consegui um procurador dentro da força tarefa, que tá, também tá me dando informação. E lá que eu tô para dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva ou com não sei o quê... O que tá me ajudando tá bom, beleza. Agora, o principal... O que tá me investigando. Eu consegui colar um [procurador] no grupo. Agora eu tô tentando trocar.
TEMER: O que tá... [inaudível]
BATISTA: Isso! Tamo nessa aí. Então tá meio assim, ele saiu de férias, até essa semana eu fiquei preocupado porque até saiu um burburinho de que iam trocar ele, não sei o quê, fico com medo. Eu tô só contando essa história para dizer que estou me defendendo aí, to me segurando. Os dois lá estão mantendo, tudo bem.